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Resultado das últimas contagens
11 julho 2013


Foram realizadas esta semana as últimas contagens de aves necrófagas e demais rapinas referentes ao período reprodutor de 2013, no âmbito do Projecto LIFE Habitat Lince Abutre. Em relação à espécie-alvo do projecto, o abutre-preto (Aegypius monachus), os resultados obtidos ao longo da época parecem confirmar uma maior utilização da área de estudo (presença de um maior número de indivíduos) durante a época de reprodução.

Os dados, ainda provisórios, indicam que no Vale Guadiana poderão ter sido avistados entre 4 a 5 abutres-pretos, 50 a 54 grifos (Gyps fulvus) e 1 britango (Neophron percnopterus) juvenil de segundo ano. Face aos resultados obtidos nas contagens anteriores, as altas temperaturas poderão ter contribuído para o menor número de abutres-pretos e grifos detectados (cerca de metade). No entanto, ao contrário das contagens anteriores, estas aves provavelmente não pernoitaram no dormitório conhecido perto de um dos pontos de observação, factor que também terá contribuído para o maior número de indivíduos detectados nos censos anteriores. No Vale do Guadiana foram ainda avistadas 5 a 6 águias-imperiais (Aquila adalberti), 3 a 5 águias-reais (Aquila chrysaetos), 2 a 4 milhafres-negros (Milvus migrans) e 2 corvos (Corvus corax). Fora do grupo das necrófagas obrigatórias ou facultativas foram também avistadas 12 a 16 águias-cobreiras (Circaetus gallicus), 4 a 5 águias-calçadas (Aquila pennata), 2 a 4 águias de Bonelli (Aquila fasciata), 5 a 6 bútios (Buteo buteo) e 5 a 6 tartaranhões-caçadores (Circus pygargus). Para o número elevado de peneireiros (Falco tinnunculus) detectados, entre 35 a 42, contribuiu a invulgar concentração de 28 indivíduos pousados numa antena na serra de Alcaria.
Se o número de abutres-pretos detectados no Vale do Guadiana foi menor que nas contagens anteriores, em Moura/Mourão/Barrancos, verificou-se o contrário, com os resultados, ainda preliminares, a indicarem a presença de 12 a 18 indivíduos. Nesta ZPE o número de grifos detectados variará entre 288 e 379 indivíduos, e entre as necrófagas facultativas contaram-se pelo menos 3 águias-reais, um número estimado superior a 30 milhafres-negros e 1 corvo. Entre as espécies de aves de rapina não pertencentes ao grupo das necrófagas foi possível identificar 7 a 13 águias-cobreiras, 3 a 5 águias de Bonelli, 4 a 8 águias-calçadas, 7 a 13 bútios, 7 a 10 peneireiros, 2 tartaranhões-caçadores e possivelmente 1 falcão-peregrino (Falco peregrinus). No entanto, o número de pequenas e médias rapinas poderá estar subestimado - pelo menos em alguns pontos a detectabilidade terá sido afectada pelas elevadas temperaturas, ondas de calor e luminosidade intensa, bem como pela alguma névoa/poeira sentida a longas distâncias, distorcendo a nitidez da imagem nos binóculos e telescópio, tendo-se verificado um aumento do número de indivíduos cuja correcta identificação não foi conseguida. Tal ter-se-á verificado com as espécies mais pequenas e não com as grandes aves necrófagas e planadoras prioritárias para o projecto. Em Moura/Mourão/Barrancos foram ainda detectadas 3 a 5 cegonhas-pretas, 1 abetarda (Otis tarda), alguns cortiçois-de-barriga-preta (Pterocles orientalis) e ainda a presença de alcaravão (Burhinus oedicnemus). Foram também detectados 2 abibes (Vanellus vanellus) perto da Estação Biológica do Garducho.

No total, nestas contagens foram observadas 7 espécies de necrófagas obrigatórias ou facultativas (incluindo o corvo) e 7 espécies de outras rapinas.

A equipa do projecto LIFE Habitat Lince Abutre agradece a agradável companhia e empenho da Filipa Machado, Carlos Silva, Tiago Batista, Perrine Raquez, Rita Ramos, Tatiana e José, preciosos voluntários que nos ajudaram a assegurar estas contagens.